O AMOR É CEGO?

O dito popular "O amor é cego" tem sido usado por gerações para justificar o fato de que pessoas são amadas apesar de seus inúmeros defeitos. Há pesquisas científicas que tentam comprovar esta afirmativa levando em consideração que a pessoa apaixonada tem os mecanismos cerebrais responsáveis por identificar as atitudes dos outros de forma crítica desativados. O que somos e do que somos feitos, afinal?
Se realmente acreditarmos nisso, não há amor que dure. Com o passar do tempo, estes mecanismos são reativados e então, as pessoas creêm que deixaram de amar.
Lamento, mas discordo plenamente. Creio que o amor é construído com o passar do tempo, e nos revela tudo gradativamente através de uma lente de aumento. Se amamos realmente, enxergamos a essência do ser amado, sua verdadeira identidade. Seus defeitos não nos incomodam, suas qualidades nos enchem de orgulho e nos fazem amá-los cada dia mais. Para aqueles que pensam que o amor é descarga elétrica, basta enfiarem o dedo na tomada. Sendo assim, seríamos baterias precisando de recarga a todo o momento. Não podemos confundir AMOR e paixões.
Lamento que demore algum tempo para enxergarmos a essência das pessoas, isto nos pouparia grandes e muitas vezes, desagradáveis surpresas. Ideal seria se a beleza revelada fosse compatível com a bondade, com o caráter e atitudes daquela alma. Sim, não somos simplesmente matéria que apodrece e desaparece, somos o que pensamos e fazemos. Desta forma, muitos príncipes, sex symbols, barbies e mauricinhos seriam verdadeiros aleijões, deformados pela maldade, inveja, mentira, vaidade desmedida...e outros, considerados patinhos feios, quasídomos relegados a sua própria sorte, se transformariam em seres de rara beleza, iluminadas e cercadas de amor.
Felicidade é viver este AMOR que tudo enxerga, ouve, sente e perdura, alimenta nossas almas e nos transforma em pessoas melhores.